CAPÍTULO IV
RIO DE JANEIRO: A CASA, O MOBILIÁRIO, OS HABITANTES
A casa, a velha casa colonial, sem numeração, sem luz, sem ar, sem simetria, pedindo esmolas ao bom gosto, na frase feliz de Luiz Edmundo, continua quase sem alteração, com suas exíguas alcovas, apesar da demolição coletiva ordenada no famoso edital de Paulo Fernando Vianna.
O exterior era lôbrego como um presídio ou antes como um túmulo. Descreve-o Manoel de Macedo, para as mais pomposas, as que ostentavam dois andares: "Tinham os sobrados engradamentos de madeira de maior ou menor altura, e com gelosias abrindo para a rua; nos mais severos, porém, ou de mais pureza de costumes, as grades de madeira eram completas, estendendo-se além das frentes pelos dois extremos laterais e pela parte superior onde atingiam a altura dos próprios