Problemas de Administração

e seus deveres como membro da sociedade das nações, só não é de traição, por ser de inconsciência". E o remédio, já o proclamei ante o Brasil inteiro, com a responsabilidade de Ministro de Estado, em documento que corre impresso: "O Brasil pede homens e não sombras, energias e não acomodações".

Ao invés de tal apelo à energia e à virilidade, revelou-se desde os primeiros momentos o receio de desagradar a um e a outro dos grupos beligerantes. Na evolução progressiva que nos levou à guerra, procurou-se sempre resguardar a possibilidade de não participar nas agruras da luta, como se tal preconício à ausência nossa nos pontos de sacrifício não fossem uma ofensa ao Brasil, pela dúvida que lança sobre o valor moral e militar de seus filhos, e um abandono daqueles a quem chamamos Aliados, negando-lhes o concurso de nossas armas. Da guerra se fazem duas partes: o tributo de dor e de luto, o holocausto para os outros; as indústrias remuneradoras para nós.

Nem se diga que não há possibilidade de ser pedido nosso auxílio direto. Por honra e por conveniência nossa, não deveríamos esperar a solicitação. Inda que não tomemos a iniciativa, não é cousa cabível um apelo aos recursos em homens do Brasil? E, dada a dependência econômica (já não falo em nosso dever moral de aliados) de nossa terra pelas suas exportações e pela necessidade de capitais estrangeiros, que força sem par adquire tal convite?...

Nem sequer com a híbrida situação atual lucramos material ou moralmente. Os Aliados enxergam em nós um embusqué de novo gênero. Os Alemães escrituram em nosso débito todos os nossos gestos e, mais abundantes do que estes, nossa exuberante eloquência tropical, ameaçadora e vazia, para cobrarem a conta dentro em breve, se conseguissem vencer, ou em futuro mais remoto (pois para tais letras internacionais os prazos são decênios

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