Problemas de Administração

Nem só o citado motivo internacional, de ordem genérica e abrangendo o Mundo e a Humanidade, deve ser o móvel único de nossa intervenção. Dois outros há, de igual valia: um de política continental americana, outro de política interna.

Não creio violar a discrição que, mesmo depois de morto o Barão do Rio Branco, devo observar para com as opiniões e confidências com que me honrou, dizendo o resumo do que pensava do Monroísmo.

Nascido de um ato de defesa dos Estados Unidos, em 1823, revestiu-se logo, para as ex-colônias Ibero-Americanas, do caráter de proteção. A nobre iniciativa de Luiz José de Carvalho e Mello, o futuro Visconde da Cachoeira, transformou-o, quanto ao Brasil, propondo-se este a tornar-se solidário com os Estados Unidos na manutenção da doutrina, por meio de uma aliança que propôs entre as duas Nações. Por não haver probabilidade de ter de agir semelhante aliança, naquele tempo, o Governo de Washington declinou negociar, de acordo, embora, dizia o então Secretário de Estado Clay, com os intuitos do Brasil, mas por falta prática de objeto provável de ação comum. Esse deve continuar a ser o ponto de vista nosso. Colaboradores efetivos e fortes da manutenção do Monroísmo, especialmente na Sul‑América, teremos prestado nosso auxílio acorde a tradição histórica que nos legou o Império, e servindo a Humanidade inteira. Esse, o que em trabalho anterior já apelidei a face positiva da doutrina de Monroe para o Brasil, em oposição ao aspecto negativo que é o da proteção oferecida pelos norte-americanos.

Essa rota sempre seguiu o Barão do Rio Branco em sua gestão diplomática no nosso Continente. E alcançou, como o prova a luminosa resenha dos atos de sua fecunda administração, conquistar o lugar almejado em todas as Repúblicas espanholas, por sua constante e discreta

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