intervenção pacífica, solicitada, respeitada e obedecida, elemento de tranquilidade e de solidariedade continental.
Nessa época, estávamos presentes e colaborávamos em todas as capitais da América. Hoje, somos uns ausentes em toda parte, e pagamos o tributo de nosso absenteísmo.
É esta a consequência da vacância do Ministério das Relações Exteriores desde o falecimento de Rio Branco. Não que aos dignos brasileiros que transitaram pelo Itamaraty faltasse patriotismo, inteligência ou capacidade de ação. Mas em vez de Ministros de Estrangeiros, eram meros candidatos à Presidência da República; e a política interna perturbou-lhes a nitidez de visão e impediu-lhes ver os interesses permanentes do Brasil no exterior.
Corolários dessa desagradável situação foram o desastre do chamado Tratado do A. B. C., e o abatimento do prestígio de nossa terra perante as demais. Desastre, chamo eu ao mencionado tratado por muitos motivos. Em política internacional, ato inútil é ato perigoso, pois não solve problema algum e, por suas declarações, pode ser invocado em circunstâncias outras, que não haviam sido previstas.
Ora entre a Argentina, o Brasil e o Chile, há três pactos bilaterais, prevendo com a maior amplitude as soluções a proferir por arbitramento. Porque substituir, em dada emergência, a discussão entre dois contratantes por outra onde, sendo três, quase sempre se dará o grupamento de dois contra um, isto é, sempre haverá uma parte vencida, pois serão raríssimos os casos de coincidirem os interesses dos três em uma decisão única.
Já prevendo tais dificuldades, e apesar da insistência do Peru em intervir no debate, Rio Branco havia recusado estender a ele a negociação do tratado de Petrópolis, celebrado com a Bolívia. Na própria essência