Problemas de Administração

dos tratados entre três contratantes, está o germen de discórdias futuras.

Além disso, tratando-se de um pacto de amizade perpétua, em que se firmam princípios de fraternidade continental, como evitar que a seus termos adiram as outras Potências sul-americanas? Sendo o Chile um dos signatários, que atitude será a do A. B. C. se o Peru e a Bolívia aderirem e, por iniciativa brasileira (já que a tivemos no caso), reviverem a palpitante questão de Tacna e Arica, a Alsácia-Lorena de nosso Continente? Adormecida, hoje, terá vindo despertá-la a desazada gestão do Itamaraty.

Resultado: de simpático a todas as Repúblicas do Pacífico, o Brasil se tornou a ameaça à paz da América. E se se examinar a fundo a questão, talvez a adesão do Chile, tão custosamente obtida mediante viagem a Valparaíso dos dois chanceleres da Argentina e do Brasil, não tivesse tido outro móvel, embora oculto. Ora nossa Pátria, para atos de benemerência sul-americana, nunca precisou enviar cometas internacionais. E tanto mais grave é o erro, em se tratando de um verdadeiro gesto de hostilidade à tranquilidade do Pacífico.

Já por isso, tão somente, baixaria a simpatia com que éramos vistos pelas Nações de língua espanhola, se não viesse agravar a situação a habilíssima e perfeitamente calculada delonga do Congresso argentino em aprovar o tratado, arvorando-se em campeão (se bem que reservadamente) das demais Repúblicas, e com isto grangeando-lhes a merecida gratidão, e ao Brasil colocando em atitude diametralmente oposta. Já não falo no desar para nós de termos imprudente e levianamente negociado, com vigor pouco compreensível, um tratado mau para a América, termos moralmente coagido ao Chile a aceitá-lo, e sermos batidos pela calculada inércia da Argentina, apesar de todas as sugestões, conquistando ela

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