Problemas de Administração

desbaratava dinheiro pelos jornais, criava ciladas, vivia a insinuar-se na intimidade do Chefe do Estado a título de presidência da Federação Marítima, espantalho a ser chocalhado ante os olhos de S. Exa.

Foi preciso ato de decisiva energia para iniciar a obra saneadora. Do dispensador quase irresponsável da receita do Lloyd, fiz um mero subordinado do Presidente da Empresa. Bastou isto, para cessarem os abusos maiores. Ainda há muito que fazer, é óbvio; nem se limpam em horas, não sendo Hércules, as cavalariças de Augias. Mas a mole está em movimento e a depuração se dará.

Para isto é que se torna preciso usar a faculdade concedida pela lei de cabotagem; sem atender a nacionalidades, cumpre poder substituir ao pessoal de bordo, do comandante aos taifeiros. Nessa tarefa, muito pode ser obtido com a colaboração de oficiais da marinha de guerra, convenientemente escolhidos e não às cegas, para se não recorrer a alguns que já se viciaram na atmosfera de certas capitanias de portos em que logram fazer fortuna os indivíduos despidos de escrúpulos.

Ainda se deve modificar o regímen de fornecimentos de gêneros, de recebimento de passagens. Todos os fornecimentos devem ser centralizados de modo que o comissário nada tenha de comprar nas escalas. É o sistema seguido com grande proveito pela Companhia Costeira: os navios, que têm todos câmaras frigoríficas, saem do Rio com todos os gêneros precisos para a viagem redonda; balanceiam estes na saída e na volta ao porto, o que permite fiscalizar e habilita a regular as médias das rações.

Fretes a passagens não são pagos a bordo, e sim nos portos de embarque, ou excepcionalmente nos de destino.

Com esse conjunto de providências, aplicadas por gente direita, decidida, conhecedora do serviço, possuindo

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