Problemas de Administração

todo, de 65 a 70.000 contos-papel, o que elevaria a despesa total a cerca de 83.000 contos-ouro e de 545.000 contos-papel.

Que temos, na lei da receita, para lhes fazer face e ocorrer aos dispêndios, orçados com perigoso otimismo?

Pode-se aceitar, em globo, a previsão da Proposta, que o digno Deputado Galeão Carvalhal perfilhou em seu projeto. Em algarismos redondos: 95.000 contos-ouro, e 406.000 contos-papel. As divergências não seriam grandes, e, por isso, não valeria a pena apontá-las, salientando eu apenas a tendência à majoração nos réditos aduaneiros, onde não se pode afirmar o aumento de 16.000 contos sobre a arrecadação de 1917.

Do confronto, teríamos um saldo ouro de 14.000 contos e um deficit papel de 139.000 contos. Convertidos a 12 d, os 14.000 contos-ouro seriam 31.500 contos-papel. O deficit final seria pois de 107.500 contos-papel.

Onde achar essa soma?

Preliminarmente, insisto em uma observação que já fiz por diversas vezes, como Ministro da Fazenda: o decréscimo da renda aduaneira, no valor aproximado de 180.000 contos, mostra que, restabelecida a situação normal do tráfego marítimo, o orçamento se equilibraria e daria saldos para resgatar o papel-moeda emitido, paralelamente com a emissão do empréstimo de resgate, previsto por lei.

Renovo, pois, a nota que inclui em minha Exposição de motivos da Proposta do Orçamento para 1918: "Isso nos assegura mais um meio a empregar no futuro para o resgate das emissões a que nos constrangeu a força inelutável da débacle de 1914".

O problema do momento é achar, de acordo com as condições criadas pela guerra, recursos que liquidem o deficit.

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