Problemas de Administração

A manteiga, consumo de luxo no Brasil, pode suportar o dobro da taxa atual dando assim mais 500 contos à arrecadação. Não falo no charque, na farinha de trigo, nos óleos combustíveis e no querosene, como propus em tempos passados, porque as duas últimas mercadorias só chegam ao mercado com escassez extrema, oriunda de sua utilização crescente na guerra, e por preços altos; quanto às duas primeiras, porque se verifica estar em franco declínio a indústria do charque, vencida pelos frigoríficos, e não ser oportuno aumentar o preço do pão e das massas alimentícias sem primeiramente ter desenvolvido o cultivo do trigo e o maior aproveitamento dos produtos de milho.

Neste capítulo, porém, só posso repetir as palavras que escrevi em 1917, para a Proposta do Orçamento do exercício seguinte, o atual.

"A maior receita, porém, não viria daí, nessa classe de tributos. Seria produzida pelo imposto sobre o açúcar.

Não há aumento que, nas condições atuais do mercado desse gênero e após a longa isenção de que gozou, justifique a prolongação desse estranho privilégio. De uma situação na qual o Brasil pede sacrifício a todos os seus filhos, causa assombro ver que o interesse individual e o espírito regionalista afastam dessa necessária e nobilíssima colaboração financeira exatamente uma das indústrias mais beneficiadas pela guerra, quando em outros países são precisamente essas indústrias que mais buscam atingir a remodelação tributária.

Argumento único invocado tem sido que o açúcar resistiria ao imposto acima de certo preço, mas teria de desaparecer do quadro da produção nacional, abaixo desse limite com o gravame do imposto.

Pois seja aceita a objeção e firme a lei o princípio: o açúcar pagará 50 réis por quilograma, desde que

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