TRANSPORTES ARCAICOS
Certo esforço mental torna-se necessário para compreender a circulação das mercadorias na primeira metade do século XIX. Então, como hoje, um dos problemas maiores da economia nacional era o dos transportes. Tão grande, que, salvo para o ouro e os diamantes cujo valor concentrado facilitava as remessas das longínquas minas do interior, a distância do litoraI condenava ao abandono e ao descaso imensas zonas ferazes que só forneciam gêneros baratos.
Café, e açúcar em grau menor, ainda permitiam certa internação das fazendas produtoras.
Mas cereais e coisas análogas ficavam no sertão e por muito tempo continuaram nossos patrícios a justificar o conceito dos antigos cronistas, vivendo como caranguejos a arranharem a areia das praias.
O gado, também, caminhando por seu próprio pé, constituiria outra exceção.
Acostumados, nos dias que correm, aos serviços ferroviários, custa um pouco imaginar que se movessem tão grandes massas, há menos de 80 anos, com os escassos e rudimentares recursos, vindos ainda do período colonial.
E não era, no entanto, insignificante o vulto do escambo.
Só o Rio exportava café até cercanias de 1830, e as quantidades já avultavam: