INTRODUÇÃO
Por ocasião do Congresso Internacional de Geografia, realizado em Paris em 1931 e no qual tomei parte, pude estudar o desenvolvimento dos trabalhos de proteção à natureza no mundo civilizado, recebendo então de grandes mestres ensinamentos que, divulgados em seguida no Brasil, encontraram ambiente dos mais favoráveis.
Em relatório antes apresentado ao Congresso Internacional de Silvicultura de Roma, sobre o problema florestal do Brasil, em 1926, indiquei em traços gerais a brilhante campanha que desde Azeredo Coutinho e José Bonifacio vinha sendo desenvolvida em nosso país, há um século portanto, no sentido da proteção devida a nossas riquezas naturais, salientando então, como primeiras realizações de vulto, os grandes plantios florestais já feitos e de que nos dão notícia os conhecidos trabalhos de Edmundo Navarro de Andrade, e Monteiro Lobato na A onda verde, bem como a criação do Serviço Florestal do Brasil.
De volta da Europa, iniciei correspondência com o Ofício Internacional para a Proteção à Natureza, existente em Bruxelas e mantido por várias instituições científicas, de grande nomeada; tendo recebido em seguida as publicações desse Ofício, entre os quais os números já publicados de sua "Revue Internationale pour la Protection de la Nature", subordinei ao prisma dessa nova disciplina biogeográfica, que o Prof. Chévalier, do Museu de Paris classificou como uma nova ciência, o Curso de Fitogeografia do Brasil, no Museu Nacional, em 1932.