Biogeografia Dinâmica - a natureza e o homem no Brasil

Quando age o homem, assim os agricultores que combatem a saúva, sente a formiga a força do gigante e decerto, inteligente como é, diz lá consigo mesmo: Se esse gigante não dormisse, o que seria das saúvas!

O mal é que uns combatem os formigueiros e outros não, deixando assim de ser cumpridas as leis que estabelecem o combate obrigatório aos sauveiros.

Nem há necessidade de destruição integral da espécie, basta que fiquem restritas às regiões sertanejas onde não haja culturas, onde não viva o homem.

A propósito, ocorre-me citar aqui recente artigo de N. Barcellos Fagundes, no "Espelho", de abril de 1935, em que faz ver que, a calcular, por exemplo, em trezentos milhões o número de formigueiros a combater, e três mil e quinhentos réis o custo médio da extinção de cada formigueiro, a soma necessária seria de réis..... um trilhão e cinquenta bilhões

Já por aí se vê, diante de cifra tão extensa (até nossa moeda nos atrapalha, o real que não é realidade;(1)Nota do Autor um tostão é logo cem réis; para escrevermos um conto, é um nunca acabar de zeros: (1:000$000), já por aí se vê, dizia, que uma tal campanha não pode ficar a cargo exclusivo dos poderes públicos, embora seja preciso reconhecer que as rendas que o fisco aufere da agricultura dão à lavoura o direito dessa compensação.

Cada vez que deparamos com um desses estragos que as saúvas sabem fazer em uma plantação, temos de confessar ser de fato a saúva "um caso sério", um problema nacional.

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