entre outras coisas, do fato de ser ele citado muitas vezes na curiosissima obra médica do notável cirurgião holandês Job Jansoon Van Mekren".
Em vida de João de Laet publicou Pies o seu Tratado de Medicina Brasileira no mesmo in-folio em que o grande amigo de Marcgrave fazia imprimir o seu notável livro póstumo (1648). Em 1658 resolveu Pies publicar uma nova edição da sua obra, então com o título: De India utriusque re naturali et medica. Diz com sobrada razão Juliano Moreira: "Comparada à primeira é evidente a diferença, nem sempre em proveito da segunda. Queixa-se ele, aliás, de que a outra, tendo sido feita durante a sua ausência, por John de Laet, saíra com incorreções. Ao contrário disso, melhor seria que não houvesse ele modificado o plano da obra, suprimindo, como fez, todo
o livro de Marcgrave e incorporando aos seus capítulos o que só a este pertencia citando-lhe apenas o nome. Daí a increpação de plágio de que o acusaram Haller e o irmão de Marcgrave, o Dr. Cristiano Marcgrave, no prefácio de sua Opera medica, a que Se refere Linneu, ao descrever a Pisonia (gênero de plantas da família das Nictagináceas) nos seguintes termos: Pisonia est arbor nimis horrida. Horrida certe memoria viri si vera, quoe Maregravio affinis objicit, Pisono, quod Pisonus omnia sua a Maregravio post mortem habuerit.
Nasceu Jorge Marcgrave no dia 10 de setembro de 1610 em Liebstadt, de uma família de professores. Em menino estudou com o pai o latim e o grego, mostrando grande talento para a música e o desenho. Em 1627 deixava para sempre a sua cidade natal, sendo o seu destino nunca tornar a ver as terras uma vez visitadas, numa vida toda dedicada ao estudo e às pesquisas científicas e que ia terminar prematuramente em Angola, quando, nessa região africana conquistada para a Holanda, continuava as observações iniciadas no Brasil. Estudou Marcgrave