História das explorações científicas no Brasil

CAPÍTULO II

AS FRONTEIRAS

Honrando o compromisso assumido em Tordesillas, cuidaram os Reis Católicos de nomear os astrônomos, pilotos e mais pessoas incumbidas de traçar, de acordo com os agentes de Portugal, a linha divisória das navegações e conquistas de um e outro reino". Assim começa Macedo Soares o terceiro capítulo desse seu magistral estudo das Fronteiras do Brasil no Regime Colonial. E continua: "El-Rei Dom João II não lhes ficou atrás, nomeando logo, também, os seus representantes".

As comissões e expedições que ficam no papel são, portanto, velha herança que recebemos dos nossos avós ibéricos.

Marcava o Tratado de Tordesillas que a célebre linha acordada em 7 de junho de 1494 fosse dentro de dez meses contados, a partir dessa data, devidamente demarcada. Passam-se os primeiros dez meses, pede-se novo prazo para a medição das famosas trezentas e setenta léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde e tudo continua na mesma, ou porque os cosmógrafos não tivessem consciência nítida do meridiano a traçar na esfera ou porque, muito mais interessados pelo oriente, de onde voltavam as naus pejadas de preciosas especiarias, dos arômatas e donde poderiam trazer, no sonho dos governantes e armadores, ouro e pedrarias, desprezassem esse ocidente, a princípio misterioso e depois tão pobre em resultados práticos. Já vimos que a exploração das riquezas deste lado do Atlântico era deixada a particulares mais afoitos ou menos ambiciosos.

História das explorações científicas no Brasil - Página 55 - Thumb Visualização
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