Henrique de Coimbra e sete frades franciscanos além de oito clérigos para as capelanias do Oriente.
Da travessia nenhuma narração existe mais minuciosa que a celebrada carta de Pero Vaz Caminha, primeiro marco da nossa história, documento princeps das expedições científicas ao Brasil, primeira página da nossa etnografia, embora não assinasse essas linhas preciosas nenhum matemático ou cosmógrafo, naturalista ou etnógrafo.
Embora tantas vezes publicada e comentada, desde a transcrição pudicamente truncada de Aires do Casal até o comentário erudito de Carolina Michaelis de Vasconcelos, não é sem interesse que para aqui se passem os seus principais períodos, segundo a versão de tão abalisada filóloga.
Começa o escrivão excusando-se por não dar conta \"da marinhagem e das singraduras do caminho\". E continua:
\"A partida de Belém foi — conto Vossa Alteza sabe — segunda feira 9 de março. E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas nos achamos entre as Canárias, mais perto da grande Canária. E ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às 10 horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber da ilha de São Nicolau, segundo o dito Pero Escobar, piloto. Na noite seguinte à segunda-feira, quando amanheceu, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver vento forte ou contrário para isso poder ser! (18)Nota do Autor Fez