CAPÍTULO VII
EXPEDIÇÕES ETNOLÓGICAS
Desprezada aquela noção vaga e pouco precisa, do
"Esmeraldo" a "homens cor de cobre", é a carta de Vaz Caminha o primeiro documento científico sobre o nosso aborígene e os seus costumes.
Não se estendia, por certo, a incumbência de Cabral, buscando terras ocidentais dentro da linha do Tratado de Tordesilhas (ou vindo a tornar posse, como por acaso, de terras já descobertas por Duarte Pacheco, como parece mais curial) até estudar os nossos habitantes primitivos, pois nas cartas e referências secretas que possui a Coroa Portuguesa "não se certifica se esta terra é habitada ou não", como lembra Mestre João Menelau.
Expedição puramente geográfica, sem dúvida. Mas o espírito atilado do escrivão das feitorias da Índia se sentia seduzido pelo insólito daqueles homens nus, pela estranheza dos seus hábitos e se apressa em dar conta ao seu soberano do que observara, buscando tornar, quanto possível, interessante e amena a sua narrativa, predispondo-o à receber, benévolo, o pedido em favor do turbulento genro degredado.
Já vimos, no começo deste livro, os períodos de interesse geográfico. Não são menos curiosos os que se relacionam propriamente com a nossa gente. Dos dois mancebos "tomados" na noite de 24 de abril de 1500 por Afonso Lopes, diz Caminha:
"A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam