História das explorações científicas no Brasil

(como os limites do norte desta "Terra de Santa Cruz pouco sabida"), "em parte", lembra Clovis Bevilacqua, "porque o país não estava suficientemente explorado para o levantamento da linha geodésica norte-sul, e em parte porque essa indeterminação convinha à política dos povos interessados".

Essa "Idade Média Brasileira", aliás de tão curta duração nada oferece que possamos considerar como expedição científica. E o próprio relato dos cronistas do século XVI, trazendo achegas ao conhecimento da nossa natureza ( flora, fauna, selvícola), não pode nem deve ser tido como pesquisa científica (pois há em todos eles apenas a impressão do viajante pasmado ou o panegírico um pouco exagerado pela terra mal conhecida). Aliás todos esses relatos são já do tempo dos Governadores Gerais.

É sobejamente conhecido o destino das Capitanias, umas prósperas, outras malogradas, para que aqui insistamos sobre essa fase. A nenhum dos Donatários cabia uma exploração científica do quinhão que lhe coubera, nem era do feitio da própria doação carregar com esse pesadíssimo ônus a obrigação de colonizar a nova conquista. Tão pouco se preocuparam os Governadores Gerais com o conhecimento da terra sob a sua jurisdição, tais eram as preocupações em manter a zona livre dos piratas e corsários pelo lado do Atlântico e, pelo lado de terra, das insídias dos índios que a fereza das primeiras entradas transformara em inimigos.

Apenas os Jesuítas, cujo labor na formação do Brasil," a sua melhor obra", nunca será suficientemente enaltecida, aliavam à missão evangelizadora a incumbência de observar a região com as suas riquezas, os seus frutos, a sua fauna, os seus habitantes, os seus rios navegáveis e os caminhos para esse vastíssimo desconhecido a evangelizar, de modo que os podemos classificar ao mesmo tempo

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