Vocabulário Nheengatu

Não é gratuita ou isolada essa nossa opinião, encontrando ela inteiro apoio na afimativa peremptória do insuspeito Gabriel Soares, contemporâneo da fundação de São Paulo e conhecedor profundo dos primitivos costumes aborígenes da época. Eis o que no Tratado descriptivo do Brasil escreveu, em 1587, o meticuloso cronista, relativamente aos guaianás de Piratininga:

"Não são os Guaianases maliciosos, nem refalsados, antes simples e bem acondicionados, e facílimo de crer em qualquer cousa... Não matam aos que cativam nas guerras... São grandes frexeiros e inimigos de carne humana... Se encontram com gente branca não fazem nem um dano, antes boa companhia... Não costumam fazer guerra a seus contrários fora de seus limites, nem os vão buscar em suas vivendas".

E Gabriel Soares não foi o primeiro a formular tal juízo em relação aos guaianás da Capitania de São Vicente; já em 1549, padre Manoel da Nobrega, grande conhecedor dos aborígenes da Bahia e do litoral brasileiro, emitia os mais elevados conceitos sobre a cordura e princípios de humanidade dos aborígenes de Piratininga, em carta dirigida ao rei de Portugal, d. João III.

"...para cumprir com a devoção de Vossa Alteza, escrevia padre Nobrega, e com os desejos,

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