afrontava-o afirmando que, se a morte que ia sofrer era vingança das que ele havia dado aos parentes e amigos dos vencedores, também os seus amigos e parentes haveriam de vingá-lo implicando a mesma pena aos seus verdugos".
Após a descrição do festim que se seguia ao sacrifício cruento, termina Gaudavo sua narrativa com os seguintes períodos:
"Algum braço ou perna, ou outro qualquer pedaço de carne costumam assar no fumo, tê-lo guardado alguns meses, para depois, quando o quiserem comer, fazerem novas festas, e com as mesmas cerimônias tornarem a renovar outra vez o gosto desta vingança, como no dia em que o mataram, e depois que assim chegam a comer a carne de seus contrários, ficam os ódios confirmados perpetuamente, porque sentem muito esta injúria e por isso andam sempre a se vingarem uns dos outros, como já tenho dito".
Jean de Lery, que em 1557 conviveu com os tupinambás do Rio de Janeiro, descrevendo os seus costumes, confirma o que sobre o aborígene em geral registra Gandavo.
"Depois que a carne dos prisioneiros está completamente assada, diz o historiador francês, os convidados se reúnem em redor