Vocabulário Nheengatu

foi, em São Paulo e no Brasil, a cavala, de cerne rijo e de seiva rica, onde se implantou e vicejou exuberante o enxerto luso: a ele devemos irretorquivelmente a unidade nacional e a similaridade de gênio e de índole do povo brasileiro tão exposto à influências dispersivas pela diversidade das linhas isotérmicas do seu território.

Diversos tivessem sido os povos aborígenes que senhoreassem, ao tempo do descobrimento, as orlas brasílicas do Atlântico, marchetando-as de agrupamentos originariamente vários pelo sangue e pelo idioma, e essa imensa extensão territorial que vai do Chuí ao Oiapoque, cortada por todas as latitudes das zonas tórrida e temperada, abrigaria hoje mais de uma nacionalidade, embora um único fosse o fator estranho da formação desses povos.

A intervenção do elemento tupi-guarani foi poderosíssima e decisiva, quer a estudemos através da entidade moral, quer pelas crenças, costumes e idioma do aborígene, como veículo na adaptação e assimilação do elemento colonizador.

Iniciada a assimilação dos dois elementos étnicos, o português e o indígena, e incorporada a civilização tupi-guarani na mesma proporção em que o conquistador forçava a cooperação do braço aborígene no trabalho material da construção de uma nova nacionalidade, surge novo componente na formação do nascente povo brasileiro.

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