Vocabulário Nheengatu

as línguas matrizes, hebreia, árabe, grega e latina não o possuíam; a espanhola, que parece votar invencível ojerisa pelo sinal de aspiração - h -, grafa - ll - por lhe, embora mantendo a fonética aspirada; a francesa inscreve - ill - grafando muraille, por muralha, e a italiana gl, grafando figlio, por filho.

Os étimos nheengatús vernaculizados, que incluem o elemento - l - em sua composição, adquiriram-no por permuta da consoante r uns, ou n outros, tais como rambari, vernaculizado em lambari, e canumbi, em calumbi, etc.

O elemento latino - j - entrou na composição dos vocábulos vernaculizados de origem nheengatú, em substituição à vogal - i - na maioria dos casos em que se apresenta ela iniciando o vocábulo, anteposta a outra vogal, só deixando de se dar a mutação, quando impedida pela eufonia, como em iacanga, onde a grafia e prosódia originárias foram respeitadas: iaguar, iacaré, iapecanga, iapi, vernaculizaram-se em jaguar, jacaré, japecanga, japi e, como estas, inúmeras outras da mesma natureza.

Quanto à consoante lusa - v -, gradativamente vai ela desbancando a influência da nheengatú - b -; hoje ninguém, falando o português de São Paulo, será capaz de pronunciar Caçapaba, Boçoroca, Aricanduba, Ubaia, como ainda há ciquenta anos passados era corrente, porém, Caçapava,

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