Vocabulário Nheengatu

AIMBERÉ. S. m. Corruptela do nheengatú - Aimboré -, aglutinação de Aíua, ruim, e mboré, espécie de flauta de taquara; flauta ruim. Aimberé, por seu turno, vernaculizou-se em Aimoré, vocábulo com que designamos os aborígenes, primitivos habitantes da região serrana entre os Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, povos que se distinguem dos demais povos aborígenes, pelo uso que fazem do batoque ou botoque, rodela de madeira de 6 centímetros de diâmetro, introduzindo-a, à guisa de tembetá, em abertura praticada no beiço inferior.

Desse hábito vem-lhe o designativo - Botocudo.

Hoje os Aimorés, já meio civilizados, condensam-se, de preferência, no vale do rio Doce, Estado do Espírito Santo.

Vernaculizada no substantivo gentílico - Aimoré -, a corruptela Aimberé não desapareceu, entretanto, permanecendo no idioma com o valor de substantivo próprio e também como apelido de família.

Aimberé chamava-se o ríspido e inflexível chefe da famosa confederação dos Tamoios, que intentou, em 1562, aniquilar São Paulo.

A denominação Aimoré, aplicada aos Botocudos, provém do hábito desse povo de, na impossibilidade de tocarem o boré, soprando-o pela boca,

Vocabulário Nheengatu - Página 77 - Thumb Visualização
Formato
Texto