Vocabulário Nheengatu

No Brasil setentrional diz-se chero com a mesma acepção de xará, fazendo-se derivar o vocábulo de xe, meu e tera, nome, meu nome.

No Rio Grande do Sul, o termo - xará - também é corrente, porém inteiramente desvirtuado de sua verdadeira acepção, que é a que lhe dá o paulista: nos pampas emprestam-lhe arbitrariamente a ideia - "pêlo crespo" -; animal xará (animal de pêlo crespo) diz-se ali correntemente.

Aliás, é vezo popular do sul, as erronias de tal gênero: guri, por exemplo, que em São Paulo exprime o vício torpe classificado pelos tupi-guaranis em aieú, é nos pampas traduzido por piá, piásinho, isto é, menino, meninote, despido de qualquer sentido oblíquo ou deprimente; machorra é aplicado por maninha; guaypéca por guapeva; chirú, cuja tradução é meu companheiro - (che, meu, irumo, companheiro) por indígena, caboclo, indivíduo que apresenta característicos da raça aborígene.

ANHAN

ANHAN V. Correr. A voz inicial - A - do vocábulo nheengatú, é expletiva sendo verdadeiramente o étimo, em sua pureza. - nhan, Anhan ou nhan, correr: entra na composição de numerosos termos tupi-guaranis que se passaram para o português falado no Brasil. Dos que têm

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