como também se lê em alguns velhos documentos".
Affonso de Freitas Junior, outro conhecedor proficientíssimo do nosso passado, acredita também ser anhangabaú, rio ou água do diabo.
Eis o que, em seu primoroso estilo, diz ele sobre o vale desse rio eminentemente paulistano, na belíssima evocação ao nosso passado, que se chama - "A primeira missa padroeira"...
"Naquele profundíssimo vale, onde serpeava o "Rio do Diabo" escoando-se no emaranhado da mata, nesse assombrado Anhangabaú, só o piaga lavantava seu tejupar. Era aí a caverna de Trophonio. Aí falava o oráculo da tribo. Aí vivia solitário o pajé, agoirando como o noitibó. Mais lugubre que a nénia dos tracianos, o canto do piaga era um regougo de urutau. Diante do cuité, espetado numa frecha a mudo de cabeça, com cabelos, olhos, orelhas, nariz e boca fingidos, donde se evolava a fumarada da cabaça, prosternava-se o caraíba, com visagens de endemoniado e requebros de lunático, arvoado pelo fumo e revelando à gentilidade os oráculos gerados pelo seu cérebro perturbado.
Augur, cantor e curandeiro, o bruxo só deixava o latíbulo em visita às tabas, para sagração dos maracás: marginando o Anhangabaú até o desaguadouro do Yacuba, seguia ele em busca do caminho