Amazônia - a terra e o homem

é manifesto o desequilíbrio entre o território e a população, a traduzir-se numa fórmula destoante da que regula o ritmo normal, no Amazonas a aberração orça pelo despropósito.

Terra deserta, por ser povoada.

Afigura-se muito agressiva e indomável. Não há, em verdade, uma agressividade real, específica e característica da terra: o homem é que se torna muito vulnerável pela insuficiência numérica. Não está em causa a qualidade da terra, mas a quantidade da gente.

A terra não é insuscetível de ser domada; apenas ainda não o foi, porque o fator humano é mínimo, escasso, mas não incapaz.

Essa terra não é inferno nem paraíso; não é terra misteriosa nem terra paradoxal: é simplesmente uma terra lastimavelmente fraudada e saqueada.

Primitivamente salubre, salubérrima, poluíram-na com a contaminação de males exóticos e evitáveis; rica de minas de "ouro líquido", foi violada: as héveas mutiladas, sacrificadas ao furor dos que as exploraram inconscientemente e impiedosamente;

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