Afagado pelas prodigalidades de uma natureza perdulária, que as leis econômicas reconhecem como causa entorpecedora do progresso, o amazônico deixou-se abandonar no pouso sombreado e pacato, que, à beira dos lagos e dos paranás remansosos, lhe dava os meios de vida e de subsistência, embotando-lhe o sentido de novas aspirações. Quedou-se, tranquilo e rotineiro, nas mais baixas regiões, encarando à distância, com olhar indiferente, as seduções de belas terras, ricas e atraentes, mas longínquas...
Definiu-se dessarte uma tácita opção entre os homens quanto às regiões por habitar: o caboclo nordestino fez-se o desbravador das terras novas, isto é, recém-descobertas, o desvirginador dos sertões do Alto Amazonas; foi um elemento inovador da ordem social, trouxe novos costumes, adquiriu outros que a vida da região impôs. Renunciou à lavoura, de que penosamente vivera na terra das secas, e entregou-se exclusivamente à indústria extrativa. O homem do "nordeste" é o "seringueiro do Amazonas". É isso, só isso; nada mais quer ser. Nesse exclusivismo atravessa três décadas, para ao fim desse tempo ensaiar o amanho da terra amazônica.