Ao caboclo amazonense restaram as regiões por ele secularmente ocupadas e exploradas, no Baixo Amazonas, onde fora perpetuando os hábitos ancestrais, na estagnação de uma vida inerte que herdara dos pais e que veio legando aos filhos.
Os acidentes do tempo, através de uma suposta evolução dos hábitos regionais, não têm registro entre essa gente; não há progresso nem regresso; a tradição e a rotina perduram como formas de preguiça, de inércia mental.
Os caboclos abandonaram dia a dia a indústria extrativa, que exerciam em pequena escala nos primeiros tempos da borracha; transferem aos nordestinos a tarefa de assaltar as seringueiras e quedam, sem ambição, na placidez de uma vida sem aspirações, entregues à monotonia da pesca da tartaruga, lenta e fastidiosa, à tática sutilíssima da pesca do peixe-boi, ou à caça mais movimentada do pirarucu e outros peixes, fazendo apenas a lavoura rudimentaríssima da roça de mandioca.
DIFERENCIAÇÃO ÉTNICA
O caboclo amazônico distingue-se fundamentalmente do nordestino: o do extremo setentrião