imperial e de navios portugueses, especialmente a corveta "Eliza", cujo comandante entrara em entendimento com Vinagre e passara a ter certa atuação sobre ele. Não houve, pois, reação dos cabanos. Vinagre, dissimulado, parecia conformar-se com os fatos e aparentava discreta atitude. Mas, em realidade, recomeçava intensamente a ação dos cabanos pelo interior. Vinagre não tardou a cair. Morto ele e preso seu irmão, Eduardo Angelim assume a chefia dos rebeldes.

Sobe à cena guerreira uma das figuras impressionantes da Cabanagem. Tribuno ardoroso, demagogo, agitador das massas, fascinador das multidões, Angelim traz elementos muito especiais à mentalidade revolucionária, que ele arrebata e incendeia. Impetuoso no ardor belicoso, era temerário, intrépido, louco na sua coragem indomável, embora não fosse perfeito estrategista e hábil coordenador. Arregimenta pelo verbo, mas não sabe ser o chefe que o momento reclamava. Para tornar mais sugestiva a sua figura, cria insígnias, que simbolizam as tendências que ele inspira para "a volta ao indianismo puro". Este lema interpreta o ideal novo da Cabanagem.