autor afamado, cujo prestígio nesses assuntos tanto valor lhes deu e tão poderosamente os tornou convincentes, chega a esta proposição audaciosa: "II est, même pour le savant, très suggestif de voir que les destinées d'un homme ont dépendu de deux ou trois millimetres en plus ou en moins dans la longueur ou la largeur de son crâne". (Lapouge - Les sélections sociales, pág. 400).
A classificação das raças, calcada sobre a base dos caracteres somáticos, tem dado aos morfologistas autoridade exagerada, que bem se exprime na excessiva importância atribuída ao índice cefálico.
Porque o crânio abriga o órgão mais nobre da economia humana — o cérebro, alteado ao cume hierárquico na sistematização das funções da vida de relação, pode-se compreender por que os antropologistas tenham visado as medidas cefálicas para índice característico das raças humanas.
Criando tipos cranianos para diversificação das raças, desapercebem-se, entretanto, dos tipos cerebrais ou psicológicos, que deveriam predominar; prepondera uma morfologia à outrance, em detrimento da noção psicológica que se deveria impor.