Amazônia - a terra e o homem

vida humana, dotada de prodigioso poder assimilador sobre o homem, a ela acomodado por um mecanismo de adaptação espontâneo, malgrado as asperezas, as rugosidades, as cruezas de uma natureza virgem e bravia.

Com a insciência a respeito do meio, paira na consciência dos críticos uma ainda mais nociva ignorância acerca do homem. E na qualificação sumária dos dois fatores, em síntese histórico-filosófica, correlacionados pela noção sedutora, fascinadoramente empolgante da antropogeografia, um postulado incontrovertível divulgou-se, ao consenso quase unânime dos sentenciadores, apressados, em detrimento do agente racial focalizado: à magnitude da natureza contrapõe-se, humilhante, a pequenez humana.

A riqueza, a opulência, a exuberância da terra são interpretadas como expressões de uma natureza pródiga, perdulária, acessível a quantos lhe pretendam arrancar recursos de vida, para comparticiparem de tão apregoada fartura. E à fecundidade dissipadora da terra opor-se-ia — na interpretação de tais críticos — a insignificância da capacidade humana, precária, exígua, periclitante.

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