Não se podendo definir ou delimitar com toda a segurança as espécies, forçoso é considerar, de um modo geral, a espécie como um modo de ser do gênero, comportando variações, flutuações e mesmo mutações ou saltos bruscos.
Disse, linhas acima, que o Método Natural, para perfeita compreensão, exige projeção cartográfica ou diagrama: não lhe bastará uma simples descrição, exigirá um Atlas, como de Geografia, onde os grandes grupos se representem como os continentes, os grupos menores como arquipélagos, as famílias sui generis como ilhas, e os gêneros isolados, como os rochedos perdidos na vastidão dos mares.
O diagrama dos grupos animais e vegetais, na obra de Wettstein — "Handbuch der Systematischen Botanik", é já um passo para essa projeção cartográfica que desde algum tempo se vem esboçando, a propósito de espécies cardeais ou típicas e espécies aparentadas ou afins, com abandono da antiga preocupação de "árvores genealógicas".
Difícil empresa no entanto a cartografia do Método Natural, porque as gradações coletivas ou unidades superiores, como as chamam alguns autores (tribos, famílias, ordens, classes, grupos) não tem limites nítidos; a cartografia perfeita, por isso, só podená surgir após numerosos e pacientes ensaios, com as mesmas incertezas, aliás, com que hoje se desenvolve o Método de Tipos.
É trabalho para muitas gerações de taxinomistas; a geração atual já está assistindo, porém, ao desvendar desse lindo horizonte da Taxinomia Vegetal.
Até o perfeito Método Natural, terão sua oportunidade e aliás enorme valor os sistemas, embora mais ou menos arbitrárias; esse arbítrio não é, porém, voluntário, mas antes uma contingência do arbítrio da própria natureza, extremamente caprichosa, assim por exemplo o caso