Em todo caso, não somente liguei as narrações aos tempos anteriores às minhas viagens, pela história dos lugares por onde passei, como ainda reportei-as a épocas mais recentes, citando os autores que indicaram algumas ligeiras mudanças. Esta obra poderá, pois, ser considerada como uma espécie de esboço de monografia das regiões que descrevi.
Durante muito tempo ainda, subindo-se ao cume dos Pireneus, não se descobrirá, em um espaço imenso, nenhum vestígio de cultura; por muito tempo ainda, o São Francisco será no máximo sulcado por algumas ligeiras pirogas; mas esses belos desertos contêm os germens de uma grande prosperidade; tempo virá em que cidades florescentes tomarão o lugar das miseráveis choupanas nas quais eu mal podia encontrar abrigo, e então os habitantes gozarão de uma vantagem que raramente se tem na Europa; saberão com certeza, pelos escritos de alguns viajantes, quais foram os primórdios não só das suas cidades, como também das suas menores povoações. "As viagens, disse Chateaubriand, são uma das fontes da história (1)Nota do Autor"
Hoje em dia haurimos documentos preciosos para a do Rio de Janeiro nas ingênuas narrações do verídico Léry, que foi o primeiro entre os homens um pouco instruídos da nossa nação (*)Nota do Tradutor, que visitou a costa do Brasil: nenhum francês antes de mim, percorreu Minas Gerais, Goiás, São Paulo, etc.; se alguns exemplares de minhas relações escaparem ao tempo e ao olvido, dia virá em que nelas