também se encontrará, em relação a essas vastas províncias, transformadas, talvez, em impérios, ensinamentos quiçá não sem interesse. Admirar-se-à de saber que, onde então estiverem localizadas cidades ricas e populosas, não havia a princípio mais do que uma ou duas casinhas quase iguais à choça do selvagem; que onde o ar vibra com o ruído dos martelos e das máquinas mais complicadas, ouvia-se apenas o coaxar de batráquios e o canto dos pássaros; que onde as numerosas plantações de milho, mandioca, cana-de-açúcar e árvores frutíferas cobrem a terra, se apresentava outrora uma vegetação brilhante, mas inútil; à vista dos campos sulcados por estradas de ferro, talvez mesmo por veículos mais poderosos que as nossas locomotivas, sorrirão ao ver que houve um tempo em que o viajante julgava-se feliz quando conseguia, em um dia de viagem caminhar 4 ou 5 léguas.
Todas as vezes que recorri aos escritores que me precederam ou sucederam, citei-os escrupulosamente; e quando o conhecimento que tenho dos lugares não me permitiu adotar inteiramente as suas opiniões, expliquei os motivos da divergência.
Um escritor brasileiro disse (2)Nota do Autor que, pela retificação dos numerosos erros que estão espalhados nos livros sobre a Geografia e a Etnografia do Brasil, se poderia prestar mais serviços à ciência do que proclamando algumas novas verdades. É impossível deixar de partilhar dessa opinião quando se encontram em livros clássicos as inexatidões do inglês Maive, o primeiro a escrever sobre o Brasil depois que essa região deixou de ser uma colônia sob o domínio de Portugal. Impus-me, pois, a penosa tarefa de assinalar os erros que julgo ter encontrado nas obras relativas aos países de que dou a descrição, e também o dever de retificar os que a mim mesmo