A biologia no Brasil

com a sequência do aparecimento dos seres vivos. O ensino dos Padres da Igreja, diz-nos o Pe. Henry de Dorlodot, professor na Universidade Católica de Louvain, é inteiramente favoravel à teoria da evolução natural absoluta. Outros livros tinham precedido A Origem das Espécies, merecendo citados, entre outros, o chamado Vestígios da História da Criação (1844), de Roberto Chambers, e os de Naudin e Lecocq, na França, e o de Schaaeausen na Alemanha.

O que seduziu na obra de Darwin foi a sua extrema simplicidade, esquecidos os jovens naturalistas de 1859, que dela se fizeram os mais ardentes corifeus, das sensatas palavras de Platão: "Por mais verdadeiras que nos pareçam as ideias, devemos examiná-las com o maior cuidado". O simplex sigillum veri do prolóquio latino, o principium simplicitatis naturae, de Galileu e Newton, pareciam axiomas indiscutíveis e o Darwinismo foi o fanal dos roteiros das pesquisas da segunda metade do século XIX e princípios do atual. E por mais de uma vez caem no círculo vicioso: pesquisas feitas nas ideias preconcebidas do transformismo e baseadas em suas premissas vão servir mais tarde como elementos de prova para esse mesmo transformismo.

As ideias encerradas no livro de 1859 tinham nascido do contato com a fauna sul-americana e convém repetir as palavras da Introdução da Origem das Espécies, nas quais se conta igualmente como Wallace concebera a mesma teoria "do aparecimento e perpetuação das variedades e espécies em nosso planeta".

Escreve Darwin: "Achando-me, como naturalista, a bordo do navio de S. M., o Beagle, impressionaram-me

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