a viagem no Parnaíba até a vila de Santa Filomena, onde desembarquei, a fim de percorrer diversas terras que podiam servir para uma colônia agrícola, de que dei conta em um relatório especial. (Anexo nº 2).
Terminados esses exames, voltei a Santa Filomena, e continuei na minha viagem, examinando o rio e coligindo os dados necessários para a organização da planta, e cheguei no dia 17 de novembro próximo passado à capital. Gastei destarte quatro meses e dezessete dias nessa viagem, que de certo foi muito penosa, visto as dificuldades que encontrei no trajeto por terras em grande parte incultas, e em toda a parte com falta de recursos, onde se tornava dificílima a aquisição dos mantimentos necessários, onde em muita parte não se achava pasto para os animais e ainda menos milho para suprir esta falta; onde se devia romper dias e dias por chapadas ermas, cobertas de um mato rasteiro e fechado, denominado ali "carrasco", sem que se tivesse encontrado caminho algum: onde se devia atravessar brejos, com atoleiros terríveis, e os rios, que, não dando vão, exigiam que se passasse a bagagem em balsinhas feitas à pressa de alguns talos de buriti, enquanto