Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais t. 1

que pertencem às famílias mais afastadas, misturam seus ramos e confundam as folhas. As bignoniáceas de cinco folhas crescem ao lado das Coesalpinea, e as flores douradas das cássia se espalham, ao cair, sobre os fetos arborescentes. Os ramos multidivididos dos mirtos e eugenia fazem ressaltar a simplicidade elegante das palmáceas, e, entre as mimosáceas de folíolos pequenos, a cecropiácea estende suas largas folhas e ramos que se assemelham a imensos candelabros. A maior parte das árvores se eleva perfeitamente erecta a uma altura prodigiosa; delas algumas têm a córtex perfeitamente lisa; outras são protegidas por espinhos, e os enormes troncos de uma espécie de figueira selvagem se estendem em lâminas oblíquas que parecem sustê-los como botaréus. As flores obscuras dos nossos carvalhos e faias são notadas apenas pelos naturalistas; mas, nas florestas da América Meridional, árvores gigantescas exibem muitas vezes as mais brilhantes corolas. As cássia deixam pender grandes cachos dourados; as voquisiáceas ostentam tirsos de flores bizarras; corolas, ora amarelas ora purpurinas, mais compridas que as das nossas digitalis, cobrem com profusão as bignoniáceas arborescentes, e chorisias se engalanam de flores semelhantes aos nossos lírios pela forma e tamanho, lembrando ao mesmo tempo a alstroeméria pela mistura das cores. Certas formas vegetais que entre nós apenas se mostram, em humildes proporções, lá se desenvolvem, estendem e exibem com uma pompa desconhecida em nossos climas. Há borragináceas arbustiformes, várias euforbiáceas são árvores majestosas, e pode-se encontrar sombra suficiente sob a folhagem de uma composta. (11) Nota do Autor São, porém, principalmente as gramíneas que mostram maior variedade na vegetação. Se grande

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