As minas do Brasil e sua legislação

No ponto de tomada d'água foi projetada uma represa para acumular as águas das chuvas extraordinárias durante as secas.

Foi também previsto um reforço do abastecimento com o desvio do riacho Buriti de Ouro para o córrego do Lameiro, afluente do riacho da Solta.

Na Lagoa, ponto mais elevado da zona aurífera, seria construído um reservatório de distribuição com capacidade para 20 mil metros cúbicos. Deste reservatório se poderia derivar facilmente as águas para quaisquer lavras por meio de calhas de madeira, as quais na opinião do Dr. Frontin poderiam ser feitas com troncos de goiabeira oca, serrados ao meio.

Avaliava-se para o desmonte e a lavagem de 250 metros cúbicos de cascalhos diariamente o consumo mínimo de 6.750 metros cúbicos d'água. O volume previsto na linha adutora era de cem litros por segundo, ou 8.640 metros cúbicos por dia.

Nos cálculos orçamentários destas obras, o fator mais importante eram os transportes. Não estavam ainda concluídos os ramais de Juazeiro e de Pirapora. A estação ferroviária mais próxima do Gentio era Queimadinhas na Estrada de Ferro Central da Bahia, distante 360km da Serra do Açuruá. O frete de uma tonelada da Bahia ao Gentio era orçado em 150$000. Só o transporte das 4.608t de encanamentos, que valiam cerca de 370 contos, estava orçado em 691 contos de réis. O orçamento total das obras de abastecimento d'água era de 1.700 contos de réis.

Não seria difícil prever que o capital de dois mil contos de réis da Companhia do Assuruá era demasiadamente exíguo para enfrentar despesas tão avultadas. Não se sabe, aliás, em quanto montaram as despesas com as construções hidráulicas; mas estas obras arruinaram a