Capítulo XIV
Produção do ouro no Brasil
Estabelecer de modo definitivo qual a produção do ouro de nosso país, desde as primitivas lavras paulistas, é, por certo, empresa impossível. Nem se conhecem os algarismos das remessas dos quintos, nem há meios irrecusáveis de avaliar o total extraído na vigência do regime das fintas, e nem sequer houve cobrança exata dos impostos sobre o metal precioso. Segredos contidos em documentos ainda não divulgados dos arquivos de aquém e de além-mar, contrabando desnorteador de cálculos fundados sobre os réditos públicos, tudo se coliga para impedir a fixação de números exatos. Nesta carência de elementos de estudo, não há remédio senão basear hipóteses em sinais externos da riqueza pública de cada época, e na probabilidade dos descaminhos dos quintos reais pela deficência da fiscalização ou pelo grande prêmio que daí advinha às populações empobrecidas pela taxação.
De São Paulo o pouco que se sabe reduz-se à publicação do imposto cobrado em alguns anos. O mais remoto documento conhecido sobre este assunto é relativo ao ano de 1681 para as minas de Paranaguá, que pagaram 6.038 oitavas à Fazenda Real. Da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso também não se possuem informações precisas, e de poucas mais além das que já citamos