As minas do Brasil e sua legislação

trinta anos montou um engenho com dez mãos para socar os botados dos antigos. Existem ainda no lugar denominado lavras de Dom Joaquim a roda, o eixo e sete a oito mãos de ferro-gusa, pertencentes à bateria de pilões. O que era ferro batido foi carregado e mesmo algumas mãos servem de bigorna em casas da vizinhança.

"Dom Joaquim possuía, para os lados do norte da província, uma fazenda e, não podendo estar à testa do serviço, confiou-o a um Sr. João Lafebre, que, auxiliado por cinco escravos, socou bastante pedra para retirar, segundo as tradições, quatro garrafas de ouro em pó ; mas, Dom Joaquim, por motivos que ignoramos, desaviu-se com o seu empregado e suspendeu os trabalhos. Nada consta sobre o tempo que esteve em atividade a máquina, mas pelo uso que mostram as mãos e, atendendo à qualidade da rocha que trituraram, não deveria ter excedido de cinco a seis meses de exercício. Dizem que Dom Joaquim sofreu prejuízos e nenhum resultado tirou da experiência.

"Outra lavra, de que há notícia de trabalho moderno, é a denominada do Maganino. Em 1812, um senhor deste nome começou trabalhos perto de um grande pinheiro, que ainda aí existe. Maganino seguia uma linha mais rica e, descuidando-se em abater o volume de terra, que lhe ficava superior, foi forçado a parar o serviço por ter tido a infelicidade de perder cinco escravos, que ficaram enterrados no desmoronamento.

"Além destes, são apontados os serviços do Manquinho, o dos terrenos que foram de Dona Gertrudes Galvão de Lacerda perto do Jaraguá, o do Curupira, um dos mais chegados ao morro, o serviço da Roda d'Água, o do Ribeirão das Paineiras, perto da estrada que de Taipas vai a Parnaíba, e o do mesmo ribeirão na barra com o Juqueri e que foi propriedade de um padre.