Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros

A crítica, entretanto, que mais impressionou o autor, como ele mesmo confessa em suas Memorias Politicas(1) Nota do Prefaciador, foi a da Provincia, de Pernambuco, escrita por um seu inimigo pessoal, o Dr. José Antonio de Figueiredo, professor da Faculdade de Recife, o qual, quando deputado, em 1866, o agredira com pesados insultos, permitindo-lhe o belo revide de um discurso sinótico da sua vida pública. Classificando-o como um dos poucos livros que devem durar, dentre os escritos no Brasil, mostra o crítico que, assim em relação aos fatos como no tocante aos princípios, o mais severo exame achará nele a verdade dominando em tudo: "verdade na exposição do mal, no apontar das chagas que nos consomem a vida moral e política, verdade no indicar os remédios próprios para saná-los, e, em tudo, a boa fé, o patriotismo do talentoso publicista, e essa nobre independência, que eleva o homem aos seus próprios olhos, que lhe permite marchar sem desvio, e sem complacência, no caminho de uma sã e prudente liberdade".

Pela A Reforma, de 2 de agosto de 1873, Joaquim Nabuco fez também o panegírico do livro, mas, por que houvesse declinado, como arauto que era do pensamento paterno, a responsabilidade do partido liberal nas opiniões emitidas pelo autor, Tavares Bastos, em nota a um seu caderno de memórias, julgou-o impertinente. E com razão: considerado um utopista por sugerir medidas avançadas, quando ele próprio reconhecia que só as conveniências do momento haviam de resolver sobre a sua adoção, gradual e sucessivamente, segundo a ordem lógica das matérias e a sua importância relativa, que ficava representando no partido liberal um dos seus mais altos expoentes? Esse papel de Cassandra inútil e desatendida seria a única missão reservada a um talento da sua esfera, como pergunta A Republica?

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