Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros

A monografia de Tavares Bastos, não tanto pela originalidade ou arrojo de umas tantas ideias que procurou corporificar nos seus projetos de lei ou deixou expressas em brilhantes notas à margem (direito de voto e representação aos libertos, concessão do sufrágio aos estrangeiros e às mulheres, abolição do juramento para o exercício de qualquer cargo público, eletivo ou não, e para a colação dos graus acadêmicos, supressão do mandato vitalício, equilíbrio das câmaras, etc.), mas, sobretudo, pela vibração patriótica de todo o seu apostolado, renovador e construtivo, na luta pelas reformas orgânicas do Estado, - ainda hoje impressiona e faz meditar. Não o preocupavam os destinos do seu partido, ameaçado de dissolução pela discórdia dos interesses pessoais, nem mesmo os de um regime que falia pelo desvirtuamento do sistema constitucional, "mas os destinos do Brasil mais caros sem dúvida que os da sua forma de governo".

Para comemorar condignamente o centenário do nascimento desse grande brasileiro, morto na idade em que outros começam apenas a aparecer, nenhuma homenagem seria talvez mais eloquente e significativa do que a reimpressão, que ora se completa, das obras do mais moço dos estadistas do segundo império. E dizemos estadista porque o foi, de fato, fora do governo, quem, por suas nobres campanhas de reconstrução nacional, pela objetividade e profundeza do seu gênio político, atingiu às culminâncias desses raros homens que, na lição de Gilberto Amado, compreendem o Brasil e o sentido do seu destino.

Escritores de renome, entre vivos e mortos, já lhe acentuaram, sob várias prismas e em diversas épocas, a alta benemerência patriótica e a decisiva atuação na história

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