Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros

de 7 de dezembro). Este último contém mais de uma ideia: abrir o Amazonas, que é o mais extensivo, e habilitar maior número de portos, o que eu reclamava em 1862. Para me julgarem, pois, há fatos."

Esse manuscrito não tem data, mas é bem de ver que se restringe a uma só fase do seu setênio parlamentar. Como se sabe, a obra de Tavares Bastos foi mais longe: precursor da República, três anos antes do Manifesto de 70, em carta ao Conselheiro Nabuco, escrita da Europa, já se lhe denuncia a tendência republicana. Referindo-se ao rumor da abdicação de Victor Manoel, comenta: "Entre parênteses, sempre me pareceu um privilégio bem singular, esse que se arrogam os senhores reis; quando ninguém os quer, abdicam, agravando a sorte dos povos que abandonam. Por que não se retiram quando ainda é tempo de curar o mal e remover o perigo da anarquia? Não estou pensando no Brasil, ao escrever estas últimas linhas. E, contudo, bem se podia pensar que o nosso Brasil achar-se-á a braços com embaraços da maior gravidade, a continuar o mesmo modus vivendi..."

Transcrevendo essa carta em Um estadista do Imperio (1.ª ed., tomo 3.º, págs. 105 e 106), anotava Joaquim Nabuco: "Tavares Bastos era, pelo influxo norte-americano, predominante em seu espírito, um republicano natural. A consideração ou conveniência política, que era o peso, o freio de sua imaginação republicana, impedirá,

Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros - Página 19 - Thumb Visualização
Formato
Texto