Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros

guarda constitucional, em companhia dos áulicos, súbito alistados sob a bandeira da emancipação desde que a alçou o rei seu amo"! Mas, no silêncio do seu gabinete, preparava uma obra nova, dedicada à mocidade brasileira, estudando a questão sob todos os seus aspectos, nos seus complementos indispensáveis, nas suas aspirações mais elevadas. Infelizmente, só nos restam desse belo trabalho, interrompido pela morte, alguns fragmentos interessantes, como o que passamos a transcrever:

"A escravidão assentou sobre a nossa pátria a pedra secular da barbária, que nos esmaga a nós, que nos desespera, e que só levantarão de todo nossos filhos, para os quais trabalhamos e é doce trabalhar. Aturemos a crise resignados: eles gozarão o fruto do nosso sacrifício; e nós todos, os mais velhos, os moços, os que estreiam, iremos carpindo as dores de uma pena em que somos solidários, contentes de baixarmos ao túmulo, uns logrando ver iniciada a obra dos seus sonhos generosos, outros lobrigando a aurora da nossa verdadeira civilização. Pudéssemos todos, moços do meu tempo, a quem me dirijo com tanta ousadia, pudéssemos todos, nesse dia de gala, se até lá nos permitirem chegar a enfermidade, o desalento, essa roedora melancolia tão brasileira que vai arrebatando os mais robustos crentes (como não prantear a morte de um deles, Flavio Farnese!), pudéssemos repetir: - jamais desesperamos da liberdade, e sempre lhe permanecemos fiéis! Alentamos a ideia quando era utopia, defendemo-la quando se fez projeto, saudamo-la quando foi lei!"

E os moços de hoje, que sabem guardar zelosos o patrimônio moral herdado dos seus maiores, que ainda não descreram do futuro desta grande pátria e ambicionam servi-la com o mesmo entusiasmo e desinteresse que obrigam a gratidão nacional ao denodado paladino de tantos sonhos generosos e de tão nobres aspirações, exclamem

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