OS MALES DO PRESENTE E AS ESPERANÇAS DO FUTURO
Il y a des esprits mal faits pour qui le repos et le silence ne sont pas le bien suprême.
C. DE MONTALEMBERT.
Foi uma bela manhã a de ontem na Câmara dos Deputados.
Anunciara-se a exibição do programa do governo, e esperava-se ouvir um deputado notável.
Com o espírito abatido pelas decepções dos últimos anos, tomamos, contudo, lugar no anfiteatro das galerias, nós povo, entre os filhos do povo.
Não embalde assistimos a mais um combate da palavra. De um lado, o governo, por seu órgão, deixou ver bem claro que não pretende galvanizar o passado, ressuscitar os seus certames e os seus ódios. De outro, José Bonifacio, o herdeiro do mais belo nome da nossa história, levanta, como um globo de luz, a sua cabeça sobre a assembleia.
É um espetáculo grato esse das lutas da tribuna. Agrada sentir que ainda possuímos as fórmulas, sequer, do governo representativo; e que há quem as compreenda e exerça em toda a sua transcendente importância.
Tal foi o efeito daquela manhã sobre um coração comprimido pelas frias preocupações da atualidade. Ah!