Memórias de um Cavalcanti: 1821 - 1901

a denominar-se também Cavalcanti". É que esse nome era então "um título valioso para se obter tudo". Felix Cavalcanti não se aproveitou — senão em emprego medíocre: o de regente dos educandos do Arsenal de Guerra — de sua qualidade de Cavalcanti legítimo. Não foi dos que de 1835 até 1844 cavalgaram política e socialmente a Província de Pernambuco, constituídos numa das oligarquias mais poderosas que já houve no Brasil: dominando o governo; empolgando títulos de nobreza; fazendo a maior parte das leis provinciais de acordo com seus interesses; repartindo entre si os commandos da G. N.; criando divisões e subdivisões de freguesias para efeitos eleitorais que assegurassem o domínio político da família; obtendo da Corte as melhores colocações na magistratura da Província — o Juizado de Direito de Pau d'Alho para José Thomaz Nabuco de Araujo casado com uma Paes Barretto, o de Limoeiro para João Mauricio Cavalcanti da Rocha Wanderley, o do Cabo para Affonso Arthur de Almeida e Albuquerque, o de Rio Formoso para Alvaro Barbalho Uchôa Cavalcanti, o Juizado Cível de Pau d'Alho para Manoel de Holanda Cavalcanti e também a administração da Repartição do Selo — lugar importantíssimo — para Francisco Xavier Cavalcanti; assenhoreando-se dos altos cargos provinciais, dos empregos rendosos nas freguesias, das arrematações dos melhores contratos; obtendo todos os favores para as suas empresas e negócios, de uma assembleia provincial que lhes perdoava as multas porque se compunha quase toda deles, Cavalcantis, Rego

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