e amigo de mulatos arreliados e de capoeiras célebres; era a política violenta de José Maria; era, por outro lado, o republicanismo de bacharéis do tipo aliteratado de Martins Junior. Do povo ele preferia viver a distância, nos primeiros e segundos andares dos sobrados senhoriais ou mesmo burgueses. Deus o livrasse de viver entre a canalha como José Marianno; de comer sarapatel ou mungunzá nos quiosques de pé de ponte, como aquele político pitorescamente democrático e sinceramente liberal e por isso mesmo tão querido da gente do povo do Recife; de sair pelas casas dos pardos pedindo voto e botando muletas no colo; de proteger capoeiras como Nicolau do Poço da Panela que perto da rua da Praia — a velha rua da Praia tão ligada à vida de Felix — um belo dia do ano de 1886 travou luta com Bentinho do Lucas ou Bentinho da Magdalena — pai do, muitos anos depois, meu cozinheiro José Pedro (negro velho adamado que ninguém diria filho de valentão tão terrível) morrendo no combate entre os dois grupos — o de Nicolau e o de Bentinho — Pedro Canhoto e Severino do Pombal. Luta a cacete e depois a faca de ponta. O pretexto foi se ter sabido no Lucas que Nicolau andava dizendo que Bentinho não tinha homem de coragem do seu lado. O motivo não deixou de ser político: Bentinho tinha simpatias pelos "Conservadores". Dizem que o pachola do negro até usava pera que era o distintivo "Conservador": pera, barba ou cavanhaque.
São José — em cujos sobrados morou tantas vezes Felix Cavalcanti com a sua família enorme, com as suas