obscuro contemporâneo do monarca e que não tendo recebido de Sua Majestade nem sequer pretendido do seu augusto governo, nenhum favor especial, nem nenhum título ou crachá, nem nenhuma comenda, foi apenas um provinciano de tendências conservadoras e de feitio aristocrático que se identificou com a causa monárquica, por gosto e por princípio.
Mesmo assim parece-me haver algum interesse em comparar a parte de apreciações políticas do caderno de memórias provincianas do velho Felix com o que, na mesma época, escrevia no Rio de Janeiro, não um amanuense desconhecido mas um político em evidência na Corte e no país inteiro: o Conselheiro C. B. Ottoni, Capitão-tenente da Armada, lente da Escola de Marinha, fundador e primeiro diretor da Estrada de Ferro Central, dignitário da Ordem do Cruzeiro, Oficial de Leopoldo da Bélgica, deputado em quatro legislaturas e senador do Império. Homem com o mesmo hábito de Felix de "registrar de quando em quando as minhas impressões sobre os acontecimentos políticos em que me cabe qualquer parte de responsabilidade e ainda sobre aqueles de que sou mera testemunha, quando me parecem importantes"; e que em 1890 publicou ele próprio todas aquelas suas "memórias íntimas".
Sobre a lei do ventre livre, por exemplo, tão admirada por Felix Cavalcanti, escrevia Ottoni, com mais realismo, nas suas "memórias íntimas": "É nobre o pensamento da libertação dos ventres; o princípio — ninguém mais nascerá escravo — inicia realmente a