O pau-brasil na história nacional

podendo exportá-la para o estrangeiro. Além do Reino, tal sistema foi aplicado ao comércio africano desde os primeiros descobrimentos. Assim é que em 1469, o mesmo Afonso V arrendava o comércio da Guiné a Fernam Gomes por cem mil reais brancos, durante cinco anos, com a obrigação de descobrir 500 léguas de costa, e, nas Cortes de 1473, requereu-se que a adjudicação do contrato da Guiné fosse feito a quem maior preço oferecesse. Nas Cartas de Quitação d'El Rei D. Manoel, publicadas por Braamcamp Freire no Arquivo Histórico Português, encontramos várias referências a contratos de arrendamentos de terras ou de produtos contemporâneos do contrato do brasil: tais, por exemplo, os de Bartolomeu Marchione, florentino estante em Lisboa nesse tempo, que teve em 1500 o arrendamento dos rios dos Escravos e o da pimenta malagueta e outras especiarias, anos depois, do qual lhe tomaram contas em 1507, julgadas boas em 1514, pelo Barão de Alvito, veador da Fazenda; o de Benedito Morele, sobrinho de Bartolomeu Marchione, que teve o contrato do açúcar da Madeira de 1509 a 1511 servindo de fiador e principal pagador o seu próprio tio Marchione (Alvará de Quitação concedido em 2 de setembro de 1514).

Logo após a chegada da primeira armada exploradora, D. Manoel arrendou o Brasil a um grupo de capitalistas, cristãos novos, ou judeus conversos, à frente dos quais estava Fernão de Loronha ou Noronha. Se Fernão de Loronha era de nação, não está bem averiguado,

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