O pau-brasil na história nacional

diminuiu nos dois séculos seguintes, apesar de já estarmos em pleno período da colonização agrícola, já na era dos engenhos e da exploração da cana-de-açúcar. Esta nova exploração não produziu o abandono da exploração do pau-brasil, nem se substituiu a ela, como geralmente se pensa, ao contrário, durante todo o período colonial, essas duas atividades exploradoras, uma agrícola, outra extrativa, se processaram com igual intensidade. O ilustre autor da memória deixa claro este ponto através da abundantíssima documentação, que enriquece e valoriza a sua esplêndida monografia, relativa ao período das capitanias hereditárias, ao período dos governos gerais, ao período do Brasil holandês, ao período do Brasil-Reino e mesmo do Brasil-Império.

Do seu trabalho chega-se à conclusão de que não houve apenas coexistência, no espaço e no tempo, dos dois ciclos econômicos — o do pau-brasil e o do açúcar; mas, mesmo interferência de um e outro. Na verdade, desde o século XVI até o século XIX, os dois sistemas de exploração da terra entram frequentemente em conflito, provocando queixas dos proprietários rurais, por um lado, e, por outro lado, determinando uma série de providências regulamentares e administrativas, que só se ultimam com a abolição do monopólio da Coroa, em 1859, monopólio este, seja dito de passagem, defendido pelo governo do Brasil com zelos extremos de fiscalismo e um rigoroso regímen de repressão penal.

O pau-brasil na história nacional - Página 29 - Thumb Visualização
Formato
Texto