O pau-brasil na história nacional

segundo um depoimento transcrito pelo historiador Roberto Southey na História do Brasil, tradução de Fernandes Pinheiro, nota 1, da p. 44, Rio, 1862, verifica-se quão velha é a denominação, já então escrita com z, que poderá servir de material para as discussões que se fizerem sobre o assunto relativo ao nome da nossa Pátria que procede de um velhíssimo que batizou uma madeira do extremo oriente e que acabou ligando-se a um grande país e a seus filhos, pois brasileiros eram chamados os extratores de um vegetal que, aos poucos, vai desaparecendo.

Diz Southey: "A primeira vez que esta palavra se acha empregada, segundo Muratori, é o ano de 1128, num tratado entre os povos de Bolonha e Ferrara, no qual figura numa resenha de mercadorias a grana de Brazile. Parece que esta madeira vinha então das ilhas Malaias, e era um dos artigos do comércio do Mar Vermelho". In Phil e Crítica, São Paulo, 1921, o Visconde de Taunay citou documentos, ainda mais antigos. Um, datando de 1151, escrito em latim, onde se lê in brazilem. Outro, até anterior, de 1085, em língua francesa, referente à alfândega da vila de Saint-Omer, no qual se encontra: "Kerka bersil" que significa "carga de bersil", antigos nomes do pau-de-tinta.

Gaffarel transcreve, ao comentar Jean de Lery, um trecho de uma velha tradução de Marco Polo onde se vê: "Ils ont berzi en grand habondance, do meillou dou monde".

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