Um homem não só de subsistência garantida, mas de nivelamentos dignos.
Na areia, na pedra, no fogo, ele era o cacto, mas um cacto heroico. Não aceitaria, pois, na terra mole, no barro, no cerne úmido, condições de cogumelo. Este era o seu sentimento.
Porém, logo que chegava no Acre, encontrava o "centro". O "centro" ficava no coração da terra-firme, longe das margens comunicantes, perto dos índios, no meio dos bichos. O "centro" era o sertão dos seringais, porque, no regime florestal, marchava-se terra a dentro, tanto mais para longe quanto mais perto houvesse sinal de zona explorada ou devastada. As margens já estavam exaustas de material extrativo. O "centro" é que ainda oferecia virgindade e riqueza. A margem era o peixe ou um potencial de lavoura que até 1903, ainda não rebentara na crosta latifundiária. Quem é que poderia pensar em agricultura na terra da seringa?
Com as vicissitudes vinha a saturação. Era quando o seringueiro verificava que vivia em regime de troca, isto é, dava o látex pela mercadoria. A moeda era fenômeno bancário, inapreciável na selva. Uma liquidação de "saldo" raramente poderia habilitá-lo ao regresso. Porque havia de pagar o custeio de sua viagem, desde o Ceará. Os fornecimentos de utensílios. Os mantimentos. As roupas. Os remédios. Os adiantamentos. A localização. Para receber, em dinheiro, o seu "saldo", ainda pagaria dez por cento de ágio sobre a "remessa" da moeda, extravagante "fornecimento" dos grandes aviadores. Por via de fretes, seguros e prováveis lucros usufruídos pelo patrão, a mercadoria chegava às mãos do seringueiro onerada em quase cem por cento do seu valor comum. Os proprietários,